quarta-feira, 26 de novembro de 2014

QUASE 2 MIL PONTOS DE VULNERÁVEIS Á EXPLORAÇÃO SEXUAL DE MENORES NA RODOVIAS FEDERAIS.

Região Sudeste lidera levantamento com 494 trechos identificados.

BRASÍLIA - Mapeamento realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2013 e 2014 revela que as rodovias federais têm 1.969 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. De acordo com o levantamento, divulgado nesta terça-feira, do total de pontos, 566 foram considerados críticos; 538 com alto risco; 555 com médio risco; e 310 avaliados como de baixo risco.
  Em relação à edição anterior de 2011/2012, houve um aumento de 9% do total de pontos mapeados. Apesar do crescimento, a presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da PRF, Márcia Vieira, considera essa variação positiva:
  - Em seis anos de mapeamentos, conseguimos reduzir em 40% os pontos considerados críticos. É um número para se destacar, que reflete ações repressivas, capacitação policial, parceria com órgãos e conscientização da sociedade. Podemos afirmar que conseguimos reduzir o nível de risco nas rodovias - afirma.
  Entre as regiões do país, a Sudeste foi a que apresentou mais trechos de vulnerabilidade, com 494 áreas identificadas. Em segundo lugar aparece o Nordeste, com 475, seguida do Sul, com 448. No Centro-Oeste foram registrados 392 pontos e no Norte, 160.
  Minas Gerais lidera na quantidade de locais críticos ou de alto risco: foram 313 áreas identificadas pela PRF. A Bahia vem em seguida, com 216, e o Pará em terceiro, com 179. No Rio de Janeiro, foram mapeados 112 pontos.
  Os 1.104 pontos críticos ou de alto risco estavam em 470 municípios. O estudo comparou a quantidade de pontos com indicadores sociais. O cruzamento de dados revelou que em 90% dessas cidades o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Educação está entre médio e muito baixo. Além disso, 26% das crianças dessas localidades são de famílias pobres ou em extrema pobreza.
  Para tentar diminuir os riscos da exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias,o secretário executivo de Direitos Humanos, Claudinei do Nascimento, afirmou ser necessário parcerias com os estados:
  - É muito importante a interação com as forças policiais dos estados. Não existe combate a exploração sexual infantil se não houver parceria com todos os estados brasileiros. É preciso não só a atuação do governo, mas também a atuação da iniciativa privada.

QUALIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS
  
   De acordo com o mapeamento, as principais vítimas são crianças e adolescentes do sexo feminino, com 69% dos casos registrados. Transgênicos totalizaram 22% e vítimas do sexo masculino, 9%.
  O levantamento considera como trechos vulneráveis ambientes ou estabelecimentos onde há presença de adulto se prostituindo, inexistência de iluminação, ausência de vigilância privada, locais costumeiros de parada de veículos e consumo de bebida alcoólica.
   Criado há 12 anos, o projeto mapear tem o objetivo de ampliar e fortalecer ações de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Além da Polícia Rodoviária Federal, fazem parte do projeto a Organização Internacional do Trabalho (OTI), Childhood Brasil, Secretaria de Direitos Humanos e Ministério Público do Trabalho.
DO O GLOBO.

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